Gastamos grande parte do tempo de Nossas Vidas
tentando entender uma pequena parte dela que não tem entendimento, tampouco Solução.
Podemos pensar que o que realmente nos atrai
são as questões mais complexas. Tentamos, então, agir como máquinas em busca de
um sentido real para este tempo que estamos por aqui, e queremos respostas
concretas, vamos atrás da totalidade e nos esquecemos de viver o que já está
claro, o caminho já aberto, e que muitas vezes é o melhor rumo a se seguir. Tudo
se embaralha neste momento, se transforma em uma bagunça generalizada, perdemos
as rédeas do nosso tempo. O que era sólido aos poucos se transformando em pó. Desgaste
natural na ordem natural das coisas, e na desordem, ficamos sem sustentação,
pois não estamos acostumados a perder nada, muito menos deixar para trás o que
não tem explicação. Queremos respostas, e a todo custo vamos atrás delas. Queremos
porque somos orgulhosos. Queremos porque simplesmente não admitimos ter um NÃO.
Costumamos achar que devemos procurar o sentido do NÃO. E, então, este NÃO se
transforma em prioridade, uma burra prioridade orgulhosa a qual transformamos
numa batalha em nosso Ego. Em vão.
Nossos sentidos parecem ruir. A parte mais
difícil, de todo recomeço, é a articulação de como recomeçar. As lembranças do
que nos fortalecia, do que nos impulsionava e que deixamos escapar, nos
remetem à uma inevitável insegurança para traçarmos novas estratégias. Ficamos expostos,
frágeis, pois agora, não mais saberemos de imediato, se o que vem em nossa
direção é o impulso perdido, ou o NÃO em sedução. Corremos o risco de passarmos,
assim, toda nossa Vida, em busca de certezas. Esquecendo que é no equilíbrio dos
acontecimentos, nas incertezas do dia a dia, desfragmentando nossos atos,
multiplicando as opções, dando ênfase ao que nos alicerça e atenção fracionada
ao que nos subtrai, que estaremos contribuindo para que passemos por esta
Vida, sem permitir que a Vida passe acelerada por nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário