domingo, 29 de agosto de 2010

Esquilinho Z

  
  Faz algum tempo, na verdade, não lembro mais a quanto tempo, sei sim, que um esquilinho ainda me acompanha em meus sonhos.  

 Existia uma vez por ano a chamada Arca, esperávamos ansiosos por esses dias, havia brincadeiras, eram momentos mágicos. Foi aí que ganhei meu esquilinho, foi meu primeiro brinquedo de verdade em meio a tamanha dificuldade. A Arca era realizada no estacionamento do supermercado Zaffari, mesmo supermercado em que todos os meus irmãos trabalharam, começaram a ajudar meu pai e nasceram profissionalmente. Coisas simples, fatos inesquecíveis.  

 Coloquei seu nome de esquilinho Z, de alguma forma para mim, era como se realmente ele tivesse vida. Meus medos, meus sonhos, minhas frustrações, eram com ele que Eu dividia. Loucura?! Talvez, dizem que os loucos é que inventaram o amor.
  
O tempo foi passando, vieram as primeiras namoradas, os primeiros raios da adolescência... Não sei como, nem quando, mas em alguma curva de minha vida meu Esquilinho Z se perdeu. Hoje após todos esses anos, volto a sonhar com ele e a desejar que ele estivesse aqui, que conhecesse meus filhos, que testemunhasse que somos vencedores... Que já não imagino mais torres de diamantes, que aprendi a valorizar cada momento vivido, que hoje sei que um amigo pode ser o reflexo da nossa personalidade, que devemos cuidar dele. Contei essa história a meus filhos, caminhando pelos mesmos corredores do Zaffari Ipiranga e pude ver em seus olhos o brilho de um futuro digno, espelhado nas dificuldades do passado.

 Esquilinho Z: Uma das Histórias escolhidas vencedoras da Promoção do Concurso Cultural de Literatura do Grupo Zaffari: Uma História bem Familiar..

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